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A Hipótese Cinema. Pequeno tratado sobre a transmissão do cinema dentro e fora da escola é um livro de Alian Bergala, editado recentemente em Portugal pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM). O tratado resulta da reflexão de Bergala ao longo da sua actividade como conselheiro para o cinema na Missão de Educação Artística e de Acção Cultural, no início deste século, que tinha como objectivo principal a introdução das artes no currículo obrigatório desde o ensino básico em França. Dito isto, o autor atravessa algumas das questões fundamentais da teoria do cinema – linguagem ou não, excertos ou não, DVD’s ou não, cinema mainstream ou não, etc. –, assumindo uma posição progressista e desenvencilhada em quase todas estas matérias e propondo uma pedagogia do olhar e uma análise baseadas no acto de criação, na percepção estética e na «pré-visão», relegando para segundo plano, simbolicamente, a “mensagem”, a análise ou a leitura fílmicas de cariz didáctico, cuja principal finalidade seria decifrar os planos unicamente através do que se vê no ecrã. Assim, em detrimento da transmissão voluntarista, vinculativa, o papel da escola deveria surgir como a organização do lugar de encontro com «uma colecção de obras que devem ser lentamente assimiladas e agir por impregnação» (p. 70). A possibilidade esse encontro é, acreditamos, a hipótese cinema.